Fada Negra

Meu nome perdeu a importância,
Já não há nele inocência
Perdeu-se a infância
Falta me a clemencia,
Não tenho amigos hoje
Nem almas que vão chorar
A hora da minha partida,
O dia que eu faltar
És a filha da noite
Fada negra
És as almas perdidas no mar
Seus cabelos
São compridos
Para os joelhos roçar
E as lágrimas do teu olhar
No espelho não ti encontras
Talves não saiba procurar
Vaga sozinha pela noite
Até o dia raiar
A névoa vara-te a alma
Numa paz de inquietar
Segue sozinha viagem
Em busca de nenhum lugar
Aprendeu que a vida
Não é difícil de enxergar
Sentada em dias de chuva
Em silêncio frente ao mar
Dos corvos não tens medo
Sebe bem como os mimar
Todos precisam carinho
Mesmo que não queiram aceitar
A lua é tão quente
Que debaixo da pele costuma gelar
Sentimentos de derrota
Que a acompanham sem cessar
Suas roupagens que se estendem
Até onde a noite acabar
Canta o galo nasce o dia
É hora de descansar
Não procura mais motivos
Hábitos que todos vão tomar
Quando não a solução
Tudo se vai solucionar…
Abre as asas rasga o vento
Chegou hora de voar
Destes versos que se alimenta
Palavras que leva o mar…
Acabará o sofrimento
Para todos em algum lugar
Para mim a sepultura
Esta rua para quem ficar…
A aurora rasga a noite
Sem mais pena nem pensar
Tudo se torna tão mecânico
Que ate faz dor olhar
Um simples ato de enxergar.

Especialmente para:
Millena Teodoro de Almeida Rios

ou

Lil Angel